Desperdício alimentar
O desperdício de alimentos é um desafio mundial. Evitar sobras e garantir o reaproveitamento integral dos alimentos é algo que depende em grande parte de acções de consciencialização. E uma das soluções é preparar receitas que utilizem partes não convencionais dos alimentos, como folhas, cascas, talos, folhas, sementes, etc, e onde concentram-se grandes quantidades de vitaminas, sais minerais, fibras e outros nutrientes.
Estima-se que 89 milhões de toneladas de alimentos sejam desperdiçados todos os anos na União Europeia (UE). E são nas casas particulares e nas compras “grandes” que mais se desperdiçam os alimentos, porque compra-se ou confecciona-se mais do que o necessário. Ou porque os alimentos não são correctamente armazenados.
O desperdício dos alimentos acontece em todos os elos da cadeia agro-alimentar. Por exemplo, nas colheitas quando o pepino está torto ou as cenouras pequenas demais ou de cor diferente, os legumes são simplesmente eliminados, já nas fábricas que empacotam aproximadamente 20% dos alimentos são desperdiçados. Estas e muitas outras situações despertaram o interesse da UE, que pretende reduzir em 50% o desperdício alimentar em todos os países pertencentes até 2025.
“Reduzir em 30% o desperdício significa ainda diminuir em 30% a utilização dos solos, de fertilizantes, de pesticidas e de sementes.”
Segundo a FAO, o desperdício de alimentos nas sociedades ricas resulta de uma combinação entre o comportamento do consumidor e a falta de comunicação ao longo da cadeia de produção. Os consumidores não conseguem planear as suas compras de forma eficaz e, por isso, compram em excesso ou exageram no cumprimento das datas de validade dos produtos. Por outro lado, os padrões estéticos e de qualidade levam os distribuidores e as superfícies comerciais a rejeitar grandes quantidades de alimentos perfeitamente comestíveis. Já nos países em desenvolvimento, as grandes perdas pós-colheita, ainda na fase inicial da cadeia alimentar, são o principal problema. Outras razões principais são a limitação financeira e estrutural das técnicas de colheita, as fracas infra-estruturas de transporte e de armazenamento, combinadas com as condições climáticas que favorecem a deterioração dos alimentos.
“Plantar sementes dentro dos pequenos para colher adultos com uma consciência alimentar mais prudente e saudável, é a melhor produção que o mundo pode receber.”